sábado, 10 de novembro de 2007

Migração desordenada no Distrito Federal


Brasília começou a receber um grande fluxo de nordestinos a partir de 2000, isso devido às políticas populistas do ex-governador Joaquim Roriz.
Os migrantes do nordeste buscavam melhores condições de trabalho, a grande maioria eram do interior de seus estados. Roriz aproveitou e deu lotes a muitos migrantes, muitos deles passaram a viver melhor na capital federal, porém, o índice de pobreza aumentou significativamente.
A região nordeste é a mais pobre e atrasada do país, logo, é melhor ser pobre em Brasília do que lá, pois aqui há mais infra-estrutura para emprego e educação. A marginalidade e pobreza aumentaram na capital, e o governador só tratava de trazer mais gente à região periférica. Enquanto a população da parte nobre estava estável (Plano Piloto), as cidades satélites aumentavam suas populações constantemente, assim, o número de residentes da cidade só cresceu na camada de baixa renda nos últimos anos. Hoje a maior parte dos que vivem nos subúrbios de Brasília são nordestinos ou descendentes, migrantes "desnecessários", pois são desqualificados profissionalmente e não ajudam no crescimento da cidade, apenas geram mais pobreza e desemprego.
Muitos migrantes se queixam pela discriminação e são excluídos socialmente, ocupando posições piores de trabalho e escolaridade.
A expressão "ôxi" entre brasilienses veio dos nortistas, até 1999 não se usava esse termo.
Os casais migrantes colocam seus filhos nas escolas públicas e trabalham basicamente em serviços.
Os nordestinos trabalham nos comércios, contrução civil, porteiros, shoppings, eletricistas e serviços de limpeza, preenchem as vagas dos empregos baixos, pois os "plano-piloteneses" possuem melhor instrução para outros empregos, como por exemplo o funcionalismo público.
A Rodoviária e o shopping Conjunto Nacional que estão no centro, são concentrações de nortistas, pois gostam do Conjunto devido a sua localização e a Rodoviária tem ônibus para todo o Distrito Federal.
Arruda, o novo governador, tem adotado políticas mais sérias no DF, e está barrando a migração ilegal em massa. Derrubou alguns lotes ilegais e promete melhoras para a administração da cidade. Retirou as vans desregularizadas que tanto prejudicavam o transito na W3, e causavam acidentes pelos motoristas despreparados.
Esperamos que a situação da cidade melhore com o novo governo, criando mais políticas de emprego e infra-estrutura de moradia para essa população mais carente.

Por: Diogo Baroni

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Cinema argentino, filmes realistas e de boa qualidade


Os filmes argentinos ultimamente têm abordado muito o tema da crise econômica, se nota que o problema foi muito forte e traumático para os irmãos sulamericanos. Sempre tem alguém que foi afetado pela crise de alguma maneira, exemplos destes filmes são: Nove Rainhas, Conversando com Mamãe e Lugares Comuns. O cinema argentino é mais poético e profundo, mostra temas sociais de maneira inteligente e sensível, sendo de modo geral melhor que o cinema brasileiro em roteiros. Eles não focam apenas as mazelas e a marginalidade, falam também de pessoas comuns que tem problemas e que convivem com a instabilidade de morar em um país emergente.
Os argentinos não gostam tanto dos nacionais deles, acham que apresentam excelentes histórias, mas não há atores suficientes para interpretá-los, pois, são sempre os mesmos. Não valorizam tanto e muitos preferem produções hollywoodianas, pois seus filmes sempre falam muito de política, apesar de também escreverem tramas românticas.
A forma que elaboraram a decadência da economia foi muito bem feita, pode-se ver que lá também há marginais e insegurança, mas não focam a miséria estereotipando seu povo a apenas pobres coitados como costuma acontecer nas produções brasileiras. Mostra também que apesar de, muitos deles terem empobrecido e perdido padrão econômico , não esqueceram os valores morais e a dignidade, porém, se adaptando com dificuldade à nova realidade do país.
Teve gente rica que ficou desempregada e cheia de dívidas, pobres que tiveram que roubar por não haver emprego, pessoas bem de vida que foram morar em subúrbios e muitos emigrando para Espanha que é primeiro mundo.
A justiça lá também é lenta e existe muita corrupção na polícia, muitos ganham dinheiro com golpes, problemas sociais que lembram o Brasil.
Buena Vida (delivery) foi um filme que não teve tanta divulgação aqui, é impressionante como um diretor iniciante conseguiu trabalhar o tema da crise de uma maneira realista e bem feita, colocando o cenário do país detonado em recessão. Filas enormes nas embaixadas para tentar visto e emigrar, muitos golpes, alguns sujeitos ficaram felizes por não precisar pagar aluguel na periferia de Buenos Aires. Um senhor trambiqueiro manipulava a fragilidade do ego argentino com discurso nacionalista, e prometia trabalho com churros, muitos estavam contentes por poder trabalhar como vendedor ambulante de churros.
Há muitos fans dos longas argentinos no Brasil, são bem vistos no circuito cultural e agradam a classe alta.

Por: Diogo Baroni

domingo, 4 de novembro de 2007

A Lenda dos Defensores de Atena, um filme muito bem feito para quem gosta do estilo animê


O filme A Lenda dos Defensores de Atena, foi uma produção baseada na série Cavaleiros do Zodiaco, que foi um dos animês de maior audiência no Brasil. A história foi criada por motivos de marketing e são apenas sagas separadas da série, os japoneses quiseram ganhar dinheiro aproveitando a onda de Cavaleiros.
Vi esse filme quando era criança, e o cinema estava lotado de garotos, maioria fans do desenho. Ainda me lembro da dublagem infatilizada da extinta Gota Mágica, mesmo assim gostei do filme que era simplesmente inédito no Brasil.
De fato, este longa bateu recordes em bilheteria e agradou milhares de fans brasileiros, apesar de ter sido passado com aquela propaganda de desenho de criança.
Depois de anos, comprei este filme em DVD e o revi, só que desta vez, vi na versão original japonesa com legendas em português. Para quem viu o animê nos cinemas nos anos 90 e depois reviu na versão original, nem parece que são o mesmo filme. A dublagem brasileira infantilizou demais a obra e pareceu um desenho infantil, daqueles que os adultos vão apenas para acompanhar seus filhos. É impressionante como uma dublagem estrangeira pode alterar a história de uma obra de cinema, na época nem se imaginava poder assistir a versão em japonês e a maioria dos fans se adaptou às vozes brasileiras, logo, as consideraram como se fossem aquelas as vozes da série.
Foram criados 4 filmes separados da série, todos por volta dos anos 80 pela produtora do animê, a Toei Animation. Vi todos, porém a história da batalha contra Abel´na versão original é um filmaço, sem exageros, dentro do gênero animação. A trilha sonora é excelente e as vozes originais estão muito bem dubladas, uma trama bem feita com direito a ação e diálogos inteligentes.
Em uma tarde ensolarada, Abel ressurge e vai visitar sua irmã Atena nas proximidades do Santuário na Grécia, o irmão foi ressucitado por Zeus, e conta à Atena seu objetivo de destruir a Terra por descrença dos deuses na humanidade. Seiya e outros cavaleiros de bronze que a protegem, se deparam com uma surpresa, Abel, seus cavaleiros do sol e outros cavaleiros de volta a vida. Atena abandona seus cavaleiros que a tanto protegeram e vai para o Templo do Sol com Abel, o que frustra Seiya (cavaleiro mais poderoso e protagonista), que é humilhado de cabeça no chão e não se conforma com a rejeição da deusa que tanto protegia.
Depois os cavaleiros lutam muito e Seiya consegue vencer Abel e atrapalhar seus planos, há toda uma trama, digna de cinema mesmo. As vozes em japonês fizeram o desenho parecer um estilo Akira, bem mais adulto.
Animês também são vistos por adultos no Japão e alguns deles são mais direcionados ao público maior de idade, como os eróticos.
Depois de anos, chegou ao Brasil faz pouco tempo o novo filme "Prólogo do Céu", que apesar de ter sido escrito pelo autor da série, foi uma decepção nas bilheterias e muita gente não gostou.
Obra muito poética, com pouca ação e diálogos filosóficos, um filme chato que me decepcionou.
A história não é clara, apesar de ter sido um sucesso no Japão, ficou apagado no Brasil e passou em poucas salas de cinema.
Na sala só tinha eu e mais dois garotos e uma mãe, não tinha quase ninguém e era cinemark, depois li nos jornais que o filme tinha sido um fracasso.


Por: Diogo Baroni