sábado, 23 de fevereiro de 2008

Juno, mais uma boa produção do cinema independente dos EUA


O diretor de "Obrigado por Fumar" fez um excelente trabalho, colocou comédia em uma situação dramática de uma maneira bem inteligente. Juno (Ellen Page) é uma adolescente imatura que engravida de um menino da mesma idade, daí nos diverte com suas tiradas e a pronúncia típica de garotinha de 16 anos. Ellen trabalha muito bem e praticamente encorporou a personagem, chegando a convencer durante a obra que é uma menininha de colégio.



Para muitos esse filme seria apenas um drama seco de gravidez precoce, em que o personagem tentaria o aborto, porém, este decide doar seu futuro filho a um casal que estaria preparado para criá-lo e educá-lo. Juno apesar da pouca maturidade tem consciência que não está pronta para assumir a maternidade, embora tenha que conviver com os precoceitos e a marca do desenvolvimento da gravidez em seu corpo durante a trama.
Música, filmes são assuntos que a menina se interessa, o que não é muito diferente dos jovens brasileiros, assim como o uso de gírias e o jeito descontraído de se posicionar no cotidiano.
Michael Cera (Bleeker) também é um destaque entre os atores jovens, atuou muito bem em Super Bad, outro filme sobre garotos de escola. Representa muito bem o menino de secundaria e em "Juno" continua com a mesma qualidade.
Paul Bleeker é o pai do futuro bebê e não aparece tanto no enredo, não é protagonista como foi em Super Bad.
Michael juntanente com os outros do elenco formam um bom conjunto, mas não é tão importante durante o filme. Ele é só o pai da criança.
A amiga da protagonista, também colegial, apoia e ajuda durante a situação dramática, outra boa atuação jovem.
Infelizmente é uma produção do estilo independente e não tem altura para ganhar a estatueta de melhor filme. Não usaram grandes recursos nem tecnologia sofisticada, foi feito para o público culto e inteligente.
Mostra que cada vez mais produções independentes estão crescendo e ganhando espaço no cinema americano, logo, se vê que existe um público mais sofisticado na América (assim como no Brasil).
Indenpendente, entretanto, estadunidense, assim pode-se ver a obra em várias salas de cinema. Diferentemente de filmes indies de outros países que raramente podem ser assistidos em cinemas luxuosos como Cinemark e UCI, por ser produto americano entra em cartaz junto a outros trabalhos do cicuito comercial.
Se Ellen Page ganhasse a categoria de melhor atriz, seria muito merecido.

Por: Diogo Baroni

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